A arte de dormir no avião | Braun Turismo

A arte de dormir no avião

Por mais que eu adore viajar, por muitos anos eu odiei avião. Com 1,86 de altura, avião significava pra mim uma tortura. Eram horas sem conseguir dormir e comendo mal, o que resultava na chegada no destino completamente destruído de cansaço e má-alimentação.

Com o decorrer dos anos fui solucionando algumas coisas que realmente me incomodavam à bordo do avião e hoje consigo dizer que fiz as pazes com o avião. Durmo muito bem e consigo chegar no destino pronto para as atividades do dia.

Primeira coisa que decidi fazer foi ignorar o cronograma de alimentação do avião: o jantar servido uma hora após a decolagem e o café da manhã servido uma hora antes da aterrissagem. Esses horários pré-determinados, às vezes conflitavam com um momento de relaxamento em que eu queria/estava conseguindo dormir, mas tinha que ficar acordado pra comer. Portanto, passei a comer bem antes de embarcar e a levar algo pra comer à bordo, caso perdesse o café da manhã. Até porque convenhamos, não estou abrindo mão de uma refeição deliciosa.

Outra coisa que decidi fazer foi me tornar o mais independente possível dos comissários de bordo: Levo minha garrafinha d’água (comprada depois do controle de segurança), meus fones de ouvido, meus remédios e minha caneta para preencher os formulários de entrada nos países. Quanto menos preciso chamar comissários de bordo, menos me estresso.

O dormir que realmente foi uma arte aprimorada com anos de voos longos. Hoje em dia tenho uma necessaire de viagem específica para o avião.

O primeiro item que adicionei muitos anos atrás foi o protetor auricular. Usei durante anos fones de ouvido pra tentar abafar o zumbido do avião. O fone que cobre a orelha toda passa a dar calor e atrapalha na hora de encostar a cabeça pra dormir. O que insere dentro do ouvido só abafa suficiente o som se a música estiver alta, mas aí não dá pra dormir. Portanto, protetor auricular é a melhor opção. E da marca 3M, de preferência.

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Segundo item que sempre levo é um tapa-olho pra evitar a claridade. E não é qualquer um não. Os que as companhias aéreas dão geralmente são ruins (exceto da classe executiva). Não são muito anatômicos e não costumam ser ajustáveis, o que acaba apertando os olhos e levantando as extremidades, deixando luz entrar. Compre um bom, pois não é caro e dura a vida toda. O ideal é do tipo abaixo, que não aperta os olhos.

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Terceiro item essencial pra mim é um moletom com capuz. Se você já sentou embaixo de uma saída de ar-condicionado do avião do tipo que não dá pra ajustar, sabe do que estou falando. São horas de viagem com ar gelado na cabeça e uma provável corisa e dor de cabeça como resultado. E ainda ajuda a reforçar a proteção contra a claridade.

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Outra coisa que me fazia acordar várias vezes durante o voo era que minha boca ficava ressecada e eu acordava com muita sede. Passei a levar sempre comigo manteiga de cacau. Problema resolvido.

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Na mesma linha, passei a colocar no nariz Maxidrate, um gel hidratante nasal, que não deixa o nariz ressecar e em alguns casos, sangrar, o que acabava me incomodando não só no trecho aéreo, mas também no decorrer da viagem, dependendo do clima. Consulte seu médico antes de usar qualquer medicamento.

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Porém, minha aquisição mais estranha foi um colar cervical de espuma. Já havia tentado outros travesseiros de avião, como aqueles mais tradicionais em forma de U, mas o meu problema sempre foi a cabeça caindo pra frente, me fazendo acordar de 2 em 2 minutos.  Com o colar cervical, minha cabeça não cai e mantenho a posição, conseguindo dormir por bastante tempo. Não é nada bonito e as pessoas te olham estranho, mas eu não me importo.

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Com este kit estrategicamente planejado durante anos passei a dormir melhor e por muito mais tempo à bordo. Quando ainda sinto dificuldade, tomo um relaxante muscular, um Dramin ou algum calmante natural, que ajudam também a pegar no sono. Mas reforço que esse último item só deve ser usado, mediante recomendação de um médico.

E se você está se perguntando qual o “produto final” de como fico à bordo depois de me equipar todo, segue foto tirada por um cliente que me “flagrou” em um voo.

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Nota zero para estilo. Nota 10 para conforto.

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